quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Matando a saudade do Brasil

Quando chegamos na Itália, dia 12 de abril iniciamos nossa maratona de comida italiana, muita pasta e muita pizza, dos mais variados sabores e tamanhos, mas sempre (ou quase sempre) acompanhados de uma salada ou um refogado. Com o passar do tempo começamos a sentir falta do nosso arroz com feijão e por mais que se possa comprar arroz e feijão aqui, não adianta que não fica igual, mas quebra o galho. 

Com a comida do dia a dia foi mais fácil enganar a saudade, mas 3 coisas fazem muita falta aqui na Itália, ou em Lucca pelo menos: Mendorato, pão de queijo e açaí. Hoje estou muito feliz pois duas dessas delícias chegaram via Sedex para nós, o Mendorato e dois pacotes de polvilho azedo para fazer pão de queijo!

O pacote foi enviado no dia 03 de setembro e só chegou hoje, 23 dias depois, mas que felicidade ver o pacote de Mendorato brilhando dentro da caixa! Sexta-feira vai ter pão de queijo aqui em casa! Ainda não conseguimos resolver o problema do açaí, mas vamos buscando soluções.

Só para atualizar os leitores sobre o andamento do nosso processo, finalmente ele será concluído. A oficial do Comune enviou um e-mail dizendo que o processo já está com o Sindaco e só falta a assinatura. Deu um prazo de no máximo 1 semana!

Até a conclusão do processo vamos matando a saudade com pão de queijo e mendorato acompanhado de cerveja :).

Seria muito legal se o pessoal que estiver aqui na Itália compartilhasse nos comentários sobre que comida brasileira sente falta.

Baci a tutti!!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Busca imigrantes italianos

Olá pessoal, queria contar pra vocês que faço parte de um grupo de e-mail de descendentes de italianos muito ativos nas questões relacionadas a pesquisas genealógicas, divulgação da cultura e culinária italiana e também envolvidos na luta pelos direitos dos descendentes italianos ainda não reconhecidos. Os famosos "enfileirados", a espera da convocação pelo Consulado. E gostaria de aproveitar este espaço para divulgar o projeto de um desses colegas, o Elton Stolf.

O Elton criou um portal chamado Sobrenomes Italianos, com o objetivo de criar uma ferramenta de busca de sobrenomes de origem italiana e formar uma base de dados para facilitar a pesquisa por descendentes de imigrantes italianos interessados em descobrir as próprias raízes. Seja esse interesse movido pelo reconhecimento da cidadania italiana ou não. A novidade desta ferramenta de pesquisa é que a base de dados é alimentada pelos próprios descendentes, que podem inserir os dados da sua própria família e compartilhar a informação com todos os usuários do portal. O melhor de tudo é que o site é gratuito, tanto para pesquisar quanto para inserir os dados.

Uma das vantagens é que as pessoas podem entrar em contato com quem cadastrou as informações através do próprio site, ou seja, os seus dados e dos seus antepassados são protegidos e o seu e-mail não aparece para ninguém.

Para inserir os dados no site é muito simples, basta fazer um cadastro através do botão "Fazer login/cadastro" e sempre que quiser alterar ou acrescentar alguma coisa é só clicar em "Editar cadastro". Para pesquisar não é necessário fazer login.

No momento o site está com 1510 cadastros e eu convido você, leitor deste blog, descendente de italiano com cidadania reconhecida ou não a visitar o site e cadastrar os dados da sua família. Quem está no processo de cidadania sabe muito bem como é difícil descobrir as informações sobre o antepassado que imigrou para o Brasil. 

Quem sabe incluindo os seus dados você não estará ajudando um primo de quarto grau que você nem conhece?

Abraços a todos e boa pesquisa!

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

O mar azul de Cinque Terre

Me desculpem os longos intervalos sem postar nada, mas a vida tá corrida e semana passada fui conhecer mais um pedacinho maravilhoso da Itália, Cinque Terre.

Cinque Terre é o nome de uma área costeira na região da Ligúria, banhada pelo maravilhoso azul do mar Mediterrâneo e composta por 5 vilarejos: Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare. É caracterizada pela bela paisagem de mar e montanha, com terreno bastante acidentado, as cidadezinhas são cheias de ladeiras e escadas. São produtores de ólio, vinho e do famoso (e delicioso) pesto Genovês. Em 1997, o Parco Nazionale delle Cinque Terre foi considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

Saímos de Lucca cedinho, trocamos de trem em Viareggio e La Spezia e desembarcamos em Riomaggiore, a primeira das Cinque Terre para quem vem da Toscana. Em buscas na internet vi que era possível fazer as travessias entre as cidades de bicicleta, então nós levamos a nossa magrela dobrável. Chegando lá descobrimos que não era possível fazer trilha nenhuma com bicicleta, nem mesmo empurrando a magrelinha. Então acabamos fazendo todo o trajeto de trem.

Em Riomaggiore compramos um Cinque Terre card de 10 euros, que nos permitia transitar pelos vilarejos por um dia. Em Riomaggiore foi onde vi a primeira praia de pedras da minha vida, todas as pedrinhas redondas e o pessoal colocava uma toalha e deitava pra tomar sol como se fosse areia. Infelizmente não fizemos a trilha pela Via dell'Amore, pois tínhamos nossas bicicletas a tira colo. Confesso que dessa vez não foram tão práticas, mas quando descíamos em uma cidade, prendíamos as bicicletas em algum lugar e íamos conhecer os vilarejos a pé.

"Praia" em Riomaggiore

Saindo de Riomaggiore de trem a próxima parada é Manarola e leva apenas 2 minutos. De Manarola seguimos para Corniglia, mais 4 minutos. Em Corniglia é preciso subir quase 400 degraus para chegar no vilarejo, ou você pode pegar um ônibus. Dessa vez a bicicleta foi útil, fizemos o caminho pelo asfalto, foi duro na subida, mas na volta, só alegria. Esse vilarejo é uma graça, o mais bonito de todos, mas pensa no desânimo em ter que descer 400 degraus cada vez que quiser ir ao mar! 

De Corniglia seguimos para Vernazza, 5 minutos de trem. Este é um vilarejo um pouco maior e mais desenvolvido, sofreu bastante com os temporais do ano passado e precisou ser reconstruído, a visita ao castelo estava fechada, mas o resto da cidade nem parecia ter sido reconstruída. Em Vernazza que entrei no mar, a água não era fria, era muito transparente e tive a impressão de ser menos salgada. O mar é tão azul e transparente que não precisa nem de máscara de mergulho, MARAVILHOSO!

Mais 5 minutos de trem e chegamos no nosso último destino, Monterosso al Mare. É a maior das Cinque Terre e a mais plana, mais uma vez a bicicleta foi útil. Chegamos lá umas 18h, então não fomos mais à praia, que nessa cidade também é de pedrinha redonda, mas tem toda uma estrutura de aluguel de cadeiras de praia que as outras cidades não tem. Comemos uma bruschetta com o típico pesto Genovês, pomodoro e mozzarela, UAU!! Só de lembrar me dá água na boca. E compramos dois vidros de pesto para nós.

Algumas fotos para vocês babarem na beleza do lugar:









Pegamos o último trem para voltar para Lucca às 21:00. E foi o fim desse passeio maravilhoso. Imagino como deve ser mergulhar nesse paraíso de mar azul. Um dia volto, com certeza!

Baci a tutti!!